Cesta básica ficou 10,91% mais cara no mês de marco, em Guarapuava

Em março de 2020, a cesta básica comprometeu 38,96% do valor total do salário mínimo

03/04/2020 11H56

Um mês atípico. Assim pode ser definido março de 2020 em virtude da pandemia de covid-19 e das consequências da chegada e disseminação da doença no Brasil. Por conta do coronavírus, governos municipais, estaduais e o federal tomaram atitudes para controlar a propagação do covid-19, entre elas a recomendação para que as pessoas ficassem em casa e a sugestão ou determinação para o fechamento de parte das indústrias e do comércio. Com isso, muitos consumidores ficaram com medo do desabastecimento e, em alguns casos, passaram a estocar produtos alimentícios, de higiene e limpeza, esvaziando as prateleiras de mercados.

Esse movimento, que fez com que o consumo fosse maior que a oferta, segundo a professora Luci Nychai, do Departamento de Economia da Unicentro, teve como consequência o aumento no preço dos alimentos. Em Guarapuava, de acordo com pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe) da Unicentro, o valor da cesta básica para uma pessoa adulta, no mês de março, foi de R$ 407,13. Valor R$ 40,06 maior que no mês anterior, já que fevereiro os mesmos produtos eram adquiridos por R$ 367,07. O aumento, portanto, foi de 10,91%.

Em março de 2020, a cesta básica comprometeu 38,96% do valor total do salário mínimo. Isso significa que o assalariado precisou de 85,71 horas de trabalho para se alimentar. “No último mês”, explica a coordenadora do Nepe, Luci Nychai, “para fazer frente às necessidades mensais com vestuário, despesas pessoais, educação, transporte, habitação, comunicação, saúde, cuidados pessoais e artigos de residência, o valor do salário mínimo deveria ser R$ 3.651,16”.

O estudo realizado pelo Nepe segue a metodologia do Dieese e, dessa forma, a cesta básica é formada por 13 itens, incluindo cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteína e óleo. “70% dos produtos que compõem a cesta básica de alimentos guarapuavana tiveram alta, com destaque para os laticínios, que subiram 15,11%; o feijão, que está 14,23% mais caro que em fevereiro; os hortifruti, com reajuste de 12,07%; e a carne, com alta de 7,84%”, detalha a professora Luci. Ela também acredita que a maioria dos produtos deve voltar aos valores de fevereiro, tendo em vista que o medo do desabastecimento entre os consumidores está diminuindo e, ao mesmo tempo, está crescendo a preocupação com um consumo mais consciente nesse período de pandemia. A ressalva, contudo, é para o leite e seus derivados.

Novo cálculo

Em março, o Nepe também passou a pesquisar o valor médio da cesta básica de produtos de higiene e limpeza. Esse conjunto considera as necessidades de consumo mensal de uma pessoa adulta e é formado por nove produtos – sabonete em barra, sabonete líquido, papel higiênico, sabão em barra, detergente, desinfetante, água sanitária, álcool em gel e papel toalha. Itens que, em Guarapuava, no mês de março foram adquidos por R$ 114,71 (valor médio).

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