por: Independente
segunda-feira, 3 de agosto de 2020 - 18:28:00* Por Daniela Zorzetti
Estamos vivendo um novo tempo, e ainda não nos acostumamos com ele. Tudo que interfere na nossa rotina, nos tira do prumo, nos deixa perdido, confuso.
Temos que tentar viver esse novo normal, e na nossa cultura não está sendo diferente.
As manifestações culturais sejam na dança, no teatro, na música... acontecem sempre em momentos de lazer, de alegria. E justamente esses momentos nos foram tirados devido ao isolamento social. Perdemos a oportunidade de estarmos juntos e principalmente vivenciarmos momentos tão especiais e essenciais na nossa formação e no nosso jeito de ser.
Além disso, muitos profissionais perderam suas chances de trabalho e sustento. Pois inúmeras famílias e empresas se sustentam através dos eventos sociais e culturais.
No tradicionalismo gaúcho, setor que eu acompanho mais de perto devido a nossa formação cultural, muitas novidades tomaram conta desse cenário. Lives, Lives e mais lives! Para debaterem todos os assuntos condizentes a essa cultura que agrega mais de dez milhões de integrantes dentro das entidades tradicionalistas.
Os rodeios artísticos, rodeios campeiros, concursos de peões e prendas, bailes, cursos, projetos... tudo cancelado?! Não! A maioria em novo formato!
Estamos tendo o privilégio de viver essa pandemia em tempos de internet e redes sociais. Isso nos trás um novo formato de encontros e ninguém ficou literalmente isolado.
Encontramos um novo jeito de fazermos aquilo que mais gostamos. É só fazer uma busca nas redes sociais e veremos o quanto tem acontecido: Concurso de Chula, Dançando em Casa, Laçando em Casa, Família em Verso em Canção, Colcha de Retalhos, Cfor Online, Encontro Cultural, Bailes On Line, Dellivery de churrasco... e tantas outras ações organizadas no Brasil e no exterior, por CTGs, Regiões Tradicionalistas, MTGs e a CBTG.
O mais importante disso tudo é nos mantemos juntos e focados naquilo que realmente acreditamos.
A vida da nossa tradição, cultura e arte não é algo menos essencial que a vida de uma indústria ou comércio. Ela é a essência e a alma na formação de uma nação. É através dela que nos unimos como sociedade, que nos tornamos pessoas melhores, pois é uma terapia efetiva que desperta o há de melhor em cada um, integra o grupo social e ainda promove muitos benefícios físicos e emocionais, na medida em que expande suas potencialidades.
Vamos lutar sempre, por mais Educação, mais Cultura, mais Arte, pois são a ponte que une diversas gerações e mantém viva o entrelaçamento da nossa formação pessoal . Como diz um lema tradicionalista “Povo sem Tradição, morre a cada geração!”.
* Daniela Zorzetti
Professora de História
Diretora Cultural do CTG Fogo de Chão
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