Serrarias e apitos...
* Por Mauro Biazi
* Por Mauro Biazi
Nos áureos tempos da exploração da madeira -tadinha das imbuias e pinheiros!- Guarapuava contava com cerca de 148 serrarias.
Era sob a sinfonia de apitaços nas manhãs, meios-dias e tardes, que a cidade se orientava para tocar a vida, abrir e fechar o comércio, acordar estudantes, despertar a população em geral, apitaços superados apenas pelos sinos da Catedral que badalava despertando e convidando os devotos para a primeira missa das 6 da matina.
Apitos e fumaças saindo das altas chaminés desenhavam a realidade. Quase todos tinham um parente trabalhando, um amigo, vizinho, e assim a economia baseada na exploração da araucária e outras espécies moviam a cidade. Era o ciclo da madeira, gerando riquezas, dinamizando o comércio, empregando milhares de guarapuavanos e contribuindo para o alavancamento da princesa do terceiro planalto ao custo do desmatamento, mas e quem sabia disso à época?
Carolo, Silvestri, Losso, Chemim, Hyczy, Zattar, F.V. de Araujo, Madeirit, Slaviero, Groszewski, Gavanski, Mansani, entre tantas outras tinham, na matéria prima extraída dos campos e matas, seus nomes ligados à economia local.
Todos os que viveram aquele tempo ainda devem ouvir na memória os apitos soando dividindo as horas do dia. Quando estudante do Agrícola, entre os anos de 1966 e 1968, a volta na segunda de madrugada/manhã era acompanhada pelos apitos de todas as serraria que ficavam no caminho da cidade até o colégio.
Descendo pela Saldanha, meus passos marchavam ao som deles, e eu tentava não perder nenhum como um soldado obediente a uma voz de comando. Era uma profusão de apitos. Até pareciam soarem só pra mim, saudando aquela criança a caminho do sacrifício que era estudar no CEAR.
Mas o texto é sobre as serrarias e o ofício de despertar Guarapuava, portanto deixemos a tristeza de lado e agradeçamos à vida..Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo.
(Outras centenas de crônicas como esta no livro Era uma vez...em Guarapuava. Preço: 50,00)

Mauro Biazi
Mauro Xavier Biazi, jornalista/escritor/fotógrafo/promotor de eventos culturais/ gastronômicos, e uma infinidade de outras atividades, usa das palavras para rascunhar recortes de uma vida de tantos feitos e fatos.Deixe seu comentário:
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